As coleções dos museus provam cada vez mais serem importantes para estudos atuais. O decréscimo da variabilidade genética das populações de água doce foi comprovado com recurso a estas coleções.
Judite Alves é zoóloga, investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) com sede na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e no Museu de História Natural e da Ciência (muhnac) da Universidade de Lisboa, e utiliza as coleções dos museus para estudar o decréscimo da variabilidade genética dos peixes de água doce em Portugal.
A investigadora é responsável pela coleção de peixes do muhnac que, “apesar de serem coleções relativamente recentes no universo dos museus de história natural, são coleções que têm muita relevância do ponto de vista científico e nós podemos extrair muita informação dessas coleções”, explica. Essa informação refere-se ao que existia num determinado local e num determinado momento do ponto de vista de biodiversidade.
Com recurso às coleções construídas em diferentes momentos, Judite Alves tem procurado estudar o decréscimo da variabilidade genética nas populações naturais devido ao seu decréscimo na natureza devido a fatores como a poluição, introdução de espécies exóticas ou secas naturais. “De facto tem-se registado um grande decréscimo das populações de peixes de água doce, e nós quisemos ver isso, qual é o impacto desse decréscimo na variabilidade genética das populações”, explica. Esse estudo foi feito com uma espécie de boga, que ocorre nos rios do Sul, nomeadamente no Guadiana. Este rio sofreu muito com a seca de 2004 e “portanto verificámos que há um decréscimo da variabilidade genética nas últimas amostragens”.
Saiba mais sobre a investigadora em: muhnac
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