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Ep. 1773 Hélia Vale-Gonçalves – Investigadora usa regurgitado de coruja para conhecer as espécies de ratos que vivem numa região

April 24, 2024

Esta informação é útil para conhecer a abundância destes roedores num determinado local e avaliar o impacto que estes poderão ter nas produções agrícolas que ali ocorrem.


Hélia Vale-Gonçalves, investigadora no CITAB – Centro de Investigação em Tecnologias Agroambientais e Biológicas e técnica superior no Laboratório de Ecologia Fluvial e Terrestre da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), usa regurgitado de corujas para estudar a população de ratos e roedores numa dada região.

“Parte do meu trabalho de investigação é estudar a interação entre um predador de topo, que é a coruja, e a sua presa preferencial, os ratos. Eu chamo esta ave de Super Coruja porque ela é o melhor amigo dos agricultores, já que ela se alimenta exclusivamente de ratos, e tem um papel fundamental no controlo de espécies que podem causar danos na produção agrícola”, conta.

Em Portugal existem algumas espécies de ratos que ciclicamente têm explosões demográficas. Como estes animais se alimentam de raízes e têm preferência por plantas jovens, como olivais e amendoais, causam graves prejuízos aos agricultores quando estas explosões demográficas ocorrem.

Este é um problema em particular no nordeste transmontano.

Como as corujas alimentam-se exclusivamente de ratos elas são uma boa espécie de controlo de pragas, reduzindo o impacto dos ratos nas produções agrícolas.

As corujas são também uma boa fonte para conhecer a comunidade de ratos numa determinada área. Como esta ave come o animal por inteiro, ela tem dificuldade em digerir algumas estruturas como o pelo e os ossos que são guardadas numa cavidade e depois regurgitadas.

Este regurgitado é útil para investigadores como a Hélia Vale-Gonçalves que o usam para mapear a população de ratos na zona onde estas corujas vivem.

Esta informação já permitiu inclusive identificar espécies novas cuja presença em território português era até então desconhecida.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CITAB

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