Grupo de investigação está a usar a gema de ovo como matriz para a produção de biofármacos que podem vir a ser usados como alternativas aos antibióticos.
Mara Freire, investigadora do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química da Universidade de Aveiro (UA), está a desenvolver este estudo que tem como objetivo purificar os anticorpos presentes na gema de ovo para uso em tratamentos de reforço do sistema imunitário.
“Nos dias de hoje há uma grande preocupação com bactérias multirresistentes e portanto o grande objetivo deste projeto passa pelo desenvolvimento de plataformas de purificação para anticorpos que podem ser utilizados como alternativas aos antibióticos”, contextualiza.
Atualmente os anticorpos têm um custo elevado que pode chegar até aos 5 milhões de euros por grama. Estes custos acarretam um forte peso nos recursos financeiros da investigação, o que levou Mara Freire a procurar por alternativas menos dispendiosas.
“No nosso laboratório estamos focados no desenvolvimento de plataformas de purificação para anticorpos sendo que estes anticorpos são considerados biofármacos. Apesar da sua possibilidade de utilização e da sua eficácia, os anticorpos têm atualmente um preço muito elevado. Os anticorpos que estamos a estudar têm um preço atual de cinco milhões de euros por grama e portanto é impossível utilizar estes anticorpos numa larga escala como biofármacos alternativos. Neste sentido, o grande objetivo do nosso grupo de investigação passa pelo desenvolvimento de plataformas que permitam purificar esses anticorpos de modo a que eles possam ser utilizados de uma forma muito recorrente e a um custo bastante inferior”, explica.
Uma dessas plataformas é a gema de ovo cuja aplicação principal prende-se, segundo a investigadora, com a imunoterapia passiva. “Pretendemos imunizar a galinha com uma determinada toxina, ou com uma determinada bactéria. A galinha, por sua vez irá desenvolver anticorpos específicos para essa bactéria e esses anticorpos podem ser recuperados e utilizados por exemplo, em pacientes de alto risco antes de uma cirurgia programada”, descreve.
Este tratamento vai então reforçar o sistema imunitário do paciente, tendo como objetivo preveni-lo de uma série de infeções muito comuns em hospitais.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Linkedin | CICECO
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