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Ep. 371 Luís Silva – O que faz um bom terreno para pastagens? O segredo pode estar nos microorganismos do solo

April 25, 2018

ep371_interiorEste projeto Europeu está a analisar a biodiversidade e os ecossistemas de terrenos de pastagem permanente com o objetivo de desenvolver práticas sustentáveis de manutenção e utilização destes locais.​


Luís Silva, investigador do CIBIO-InBIO da Universidade dos Açores (UAC), está a estudar a biodiversidade dos microorganismos dos solos de pastagem no arquipélago açoriano.

“A nível europeu tem havido um grande interesse em tentar conciliar aquilo que é a produtividade dos agroecossistemas, nomeadamente das pastagens, com a preservação da biodiversidade e conservação do ambiente. Nesse âmbito a nossa equipa concorreu num consórcio com colegas de outros países para tentar perceber na Europa, ao longo de um gradiente que vai desde os países do norte até aos países do sul, como os terrenos de pastagens permanentes são geridos”, explica.

O projeto Bioinvent tem como foco pastagens permanentes em utilização contínua há pelo menos dez anos. Neste projeto são analisados três níveis de gestão, desde as pastagens mais intensivas, em que há muita adubação, muitos cortes de erva e muito apascentamento, até pastagens menos intensivas.

“O que queremos ver é afinal quais são os fatores que afetam a biodiversidade das pastagens. Não apenas as características físico-químicas do solo, mas a biodiversidade em termos da flora, ou seja das espécies que servem de fundo e de apascentamento aos animais. Mas, mais do que isso, queremos saber o que se passa ao nível do solo e o que é que se passa com aquilo que não conseguimos ver, que são os microorganismos que vivem no solo, quer as bactérias, quer os fungos, e que têm muita importância na captação e no recrutamento dos ingredientes”, revela.

O Bioinvent é um projeto com uma amostragem muito ampla, contabilizando 72 pastagens apenas no arquipélago dos Açores. “Vamos analisar 72 pastagens com os tais diferentes níveis de intensidade de gestão e o nosso objetivo é ver se há realmente uma diferença grande na composição das comunidades bacterianas e na própria capacidade desses microorganismos de captarem e de terem um papel importante na captação dos nutrientes e no ciclo dos nutrientes nas pastagens”, acrescenta.

O projeto “Bioinvent” é financiado pelo programa Horizonte 2020, através da ERA-NET BiodivErsA3 – Consolidating the European Research Area on Biodiversity and Ecosystem Services, de que o Fundo Regional da Ciência e Tecnologia é entidade parceira e financiadora.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | CIBIO

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