ciências do mar,
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Ep. 399 Carmo Barreto – MACBIOBLUE: Projeto quer produzir cremes anti-envelhecimento a partir de algas marinhas

June 04, 2018

ep399_interiorEste projeto está a olhar para o potencial biotecnológico das algas marinhas com o objectivo de produzir produtos capazes de retardar o envelhecimento da pele e de aumentar a protecção contra os raios ultravioleta.​


Carmo Barreto, docente na Universidade dos Açores (UAC) e investigadora no Grupo de Biodiversidade dos Açores (GBA) do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, está a trabalhar no projeto MACBIOBLUE com o intuito de aproveitar o potencial biotecnológico dos oceanos, com foco nas propriedades das algas marinhas.

“Tenho estado a trabalhar em actividades biológicas de produtos naturais desde há muitos anos e mais recentemente comecei a trabalhar em biotecnologia azul naquilo que se chama o aproveitamento biotecnológico dos recursos marinhos e ainda mais concretamente em actividades biológicas de produtos naturais das algas marinhas”, conta.

A ideia do projeto MACBIOBLUE é utilizar o potencial das algas para encontrar compostos que sejam úteis em termos de farmacologia ou de cosmética.

“Isto tem a ver com uma característica única das algas, aliás, dos organismos marinhos em geral, mas das algas neste caso em particular que é o stress a que elas estão submetidas diariamente, sobretudo aquelas que habitam as zonas entre as marés”, refere.

Estas algas podem ao longo de um dia passar cerca de seis horas dentro de água a temperaturas entre os 4 e os 5°C, e outras seis horas expostas ao sol e a temperaturas que no Verão podem atingir os 40°C.

Para sobreviver estes seres vivos têm que ter estratégias para resistir à secura, para resistir ao sol, e aos raios ultravioleta. Essas estratégias passam por desenvolver mecanismos químicos de protecção contra estes elementos.

“No projecto MACBIOBLUE centramo-nos nas propriedades anti-envelhecimento. A ideia é pegar nas massas de algas para encontrar compostos que permitam atrasar o envelhecimento. Queremos encontrar compostos que inibam a degradação de colagénio, a degradação da elastina, que protejam contra raios ultravioleta, e que tenham propriedades antioxidantes de mecanismos diversos”, reforça.

Carmo Barreto revela que já foram descobertos alguns compostos com propriedades interessantes. A investigadora espera que os compostos desenvolvidos no âmbito do projeto MACBIOBLUE possam um dia vir a ser comercializados pela indústria.

Saiba mais sobre a investigadora em: DeGóis | GBA | Academia.edu

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