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Ep. 469 Nuno Alves – Doenças Autoimunes. Investigação quer “ensinar” os linfócitos T a não atacar o próprio organismo

October 11, 2018

ep469_interiorOs linfócitos T são células produzidas no timo e que têm um papel fundamental na resposta imunitária do organismo a agentes patogénicos como vírus e bactérias. Nas doenças autoimunes há uma falha na produção destas células que leva a que estas ataquem o próprio organismo.​


Nuno Alves, investigador no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e no IBMC, está a estudar a função de uma proteína, a P53, na seleção dos linfócitos T durante o seu processo de produção no timo. Esta proteína pode ser a chave para uma nova terapia contra as doenças autoimunes.

O timo é um órgão fundamental no sistema imunológico porque é um local onde os linfócitos T são produzidos. Os linfócitos T, conhecidos também como células T, são uma população chave na resposta imunitária contra todo o tido de agressões externas por agentes patogénicos como vírus e bactérias, e permitem também coordenar a resposta contra tumores.

“Os nossos estudos focam-se numa população que existe no timo que são as células epiteliais tímicas, muitas vezes eu faço a analogia que o timo é como uma universidade, os linfócitos T são os alunos e estas células epiteliais tímicas são os professores. São estas as células que vão selecionar os linfócitos T que têm uma especificidade adequada para reagir contra agressões externas”, explica.

Nuno Alves está a estudar a função da proteína P53 nas células epiteliais tímicas. Esta proteína pode ser a solução para impedir que sejam produzidos linfócitos T com afinidade para atacar o próprio organismo.

“Descobrimos a função de uma proteína que se chama a P53 e que quando é expressa nestas células epiteliais tímicas, portanto nos professores, permite coordenar essa seleção adequada de linfócitos que têm então a especificidade para reagir contra patogénicos e agressões externas sem danificar os tecidos do próprio organismo”, revela.

Estes estudos fornecem pistas que indicam que a manutenção da proteína P53 nestas células epiteliais tímicas pode vir a favorecer, ou a prevenir, o desenvolvimento de autoimunidade. 

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | I3S

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