Esta investigação está a estudar se certos tipos de micro RNAs, moléculas de ácidos nucleicos de pequenas dimensões, têm a capacidade de se ligar a duas proteínas envolvidas na doença de Alzheimer.
Ana Luísa Cardoso, investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar o uso de micro RNAs para o tratamento da doença de Alzheimer.
O objetivo deste estudo é perceber se um grupo de moléculas de micro RNA tem a capacidade de se ligar a duas proteínas envolvidas na doença de Alzheimer, a proteína que precede o peptídeo beta-amilóide que se acumula no cérebro dos doentes, e a proteína beta-secretase responsável por clivar a proteína percursora do peptídeo beta-amilóide e de dar origem ao mesmo.
“A nossa hipótese é que é possível utilizar um micro RNA em particular para fazer o silenciamento simultâneo destas duas proteínas e diminuir os níveis de ambas, prevenindo assim o aparecimento de placas no cérebro e promovendo uma melhoria dos comportamentos e dos défices cognitivos que estão associados a esta patologia”, conta.
Este estudo verificou que a administração deste micro RNA não só conseguia reduzir os níveis das placas beta-amilóide em modelo animal, como também e o défice de memória que está associada à doença, tanto a curto prazo como a longo prazo.
Este micro RNA permitiu também diminuir a ansiedade dos animais com Alzheimer, em relação ao grupo de controlo.
“Podemos dizer que o nosso estudo teve sucesso e que a nossa hipótese verificou que é possível fazer uma terapêutica dupla atuando diretamente sobre duas proteínas essenciais e assim conseguir um efeito terapêutico interessante”, revela.
Estes resultados demonstraram que o uso de micro RNA pode no futuro revelar-se como uma alternativa terapêutica para o tratamento da doença de Alzheimer.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CNC
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