Este videojogo usa a câmara frontal de um tablet para identificar o corpo do utilizador e criar um avatar do mesmo. A criança assume assim o papel de protagonista neste videojogo que tem como objetivo diminuir a ansiedade e aumentar a atividade física das crianças do IPO do Porto.
Hernâni Zão Oliveira, estudante e investigador do programa doutoral em Medias Digitais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e da Universidade do Texas em Austin (UT Austin), dedica-se ao desenvolvimento de ferramentas capazes de suprir as necessidades de comunicação e de literacia em saúde.
“Há alguns anos a propósito da frequência de um mestrado em oncologia apercebi-me da dificuldade dos doentes em compreenderem a informação sobre cancro. Isso despoletou em mim a necessidade de criar ferramentas de comunicação em saúde que fossem mais eficazes”, conta.
Um dos seus primeiros projetos consistiu no desenvolvimento do HOPE, um videojogo para crianças internadas com cancro com o objetivo de diminuir a ansiedade e de aumentar a atividade física.
“Aquilo que nós tentámos fazer foi usar um algoritmo para colocar a câmara frontal dos tablets a identificar corpos 3D, neste caso o corpo da criança. A partir daí o que fizemos foi desenvolver jogos e desafios para que a criança pudesse fazer os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta, de uma forma dinâmica, para que ao mesmo tempo que ela está a fazer os exercícios, esteja também a ultrapassar os desafios do videojogo”, explica.
Hernâni Zão Oliveira dá como exemplo a quimioterapia. O videojogo mostra à criança como a quimioterapia vai matar as células, e ela, no papel de super-herói, vai para dentro de um robot chamado “medicamento”, e é a própria com os seus movimentos corporais que vai matar estas células e que vai dizer ao robot para onde é que ele tem que ir para matar as células.
“Conseguimos aqui colocar tudo aquilo que é necessário em termos de atividade física da criança no videojogo e ao mesmo tempo conseguimos também fazer com que ela esteja entretida e que não se sinta saturada de estar num ambiente hospitalar”, salienta.
Para promover a comunicação e a literacia em saúde, Hernâni Zão Oliveira criou o Laboratório de Criação para a Literacia em Saúde (LACLIS) na Universidade do Porto. Este laboratório tem como principal objetivo reunir as condições necessárias para desenvolver, implementar e avaliar programas sustentáveis de educação e promoção da saúde.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | UT Austin | UP
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