Este projeto está a estudar as madeiras encontradas em monumentos e espaços arqueológicos com o objetivo de usar os seus anéis para as datar e para descobrir qual a sua origem.
Cristina Nabais, investigadora no Centre for Functional Ecology (CFE) e professora no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver o projeto Invisible Woods com recurso a técnicas de dendrocronologia, a ciência que estuda os anéis de crescimento das árvores.
Na sua vertente mais clássica, a dendrocronologia usa os anéis de crescimento para datar as árvores, contudo estes contêm também informação que pode ser usada para identificar a região onde a árvore foi colhida.
O projeto Invisible Woods usa estes anéis para fazer datação de madeiras históricas e arqueológicas.
“Esta datação permite, por exemplo, pegar em madeiras descobertas numa escavação arqueológica e, através da medição dos anéis de crescimento dessa amostra de madeira, analisar o seu padrão de crescimento. Posso depois cruzar esse padrão de crescimento com cronologias de referência que já existem e descobrir quando essa madeira foi cortada. Posso correr o padrão de crescimento da amostra arqueológica ou histórica de madeira sobre o padrão de crescimento da cronologia de referência e assim encaixar no tempo a minha madeira histórica ou arqueológica”, explica.
Este projeto já realizou amostragens em alguns dos principais monumentos e pontos de interesse arqueológicos em Portugal.
Em Lisboa o Invisible Woods recolheu amostras em três locais da zona ribeirinha, o Campo das Cebolas, a Praça D. Luís e o Largo Conde Barão. Este projeto está também a estudar as madeiras do Convento de Cristo em Tomar.
“Estamos também a trabalhar nas madeiras que encontramos no Convento de Cristo em Tomar, e esperamos que todas estas áreas de estudo tragam dados muito interessantes e acrescentem informação e memórias a todos estes edifícios e a todos estes locais arqueológicos”, reforça.
O projeto Invisible Woods é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito do Portugal 2020 e, além da Universidade de Coimbra e do CFE, conta também com o apoio da Universidade do Minho (UM).
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UC