A evolução de um tumor não depende apenas das células tumorais mas também das células com as quais estas interagem, através de modelos celulares de cancro do pulmão e da mama é possível estudar a resistência a fármacos e como contorná-la.
Catarina Brito, investigadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA) e no iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, está a estudar estes modelos com o objetivo de melhorar futuras terapias contra o crescimento tumoral.
“Trabalhamos essencialmente em modelos do cancro da mama e cancro do pulmão com o objetivo de recapitular em laboratório a complexidade que existe no microambiente tumoral”, descreve.
A investigadora explica que um tumor, além de ser constituído por células tumorais é também composto por outras células que acabam por ser recrutadas para o local e interagem com o tumor. Essas células podem ser células imunitárias ou células vasculares, entre outras, sendo importante compreender através destes modelos de que forma estas células interagem entre si, e como contribuem para que o tumor evolua.
“Os nossos modelos são modelos em que conseguimos cultivar em conjunto estas células, perceber as interações entre elas, perceber como é que o tumor reage a um determinado fármaco, a uma determinada terapia e como é que este tem a capacidade de criar mecanismos de resistência a essa terapia”, conta.
O grupo de Catarina Brito está atualmente a tirar partido destes modelos, aplicando-os a células de pacientes para extrair informação relevante sobre a resistência aos fármacos e sobre as diferenças entre os vários tipos de cancro e os seus subtipos: “Sabe-se que dentro do cancro da mama há vários subtipos, mas dentro desses subtipos ainda haverão subtipos adicionais. Perceber melhor estes subgrupos poderá ajudar a identificar fatores que são importantes na resposta dos fármacos, e no fundo criar novas categorias para termos fármacos mais eficientes.”
Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | Researchgate | ITQB | iBET