Esta investigação está a olhar para a cisplatina, molécula usada em tratamentos de quimioterapia, com o objetivo de a tornar mais seletiva para células tumorais.
Ana Petronilho, coordenadora do Grupo de Química Bioorganicometálica do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), está a estudar novos métodos de terapia direcionada para células tumorais que sejam capazes de reduzir os efeitos secundários da quimioterapia.
Um dos compostos mais usados em quimioterapia, e que é usado em quase 70% dos tratamentos de quimioterapia de primeira linha, é a cisplatina.
A cisplatina é um composto que como o nome indica tem platina e que além de se ligar ao DNA das células tumorais, também se liga a células saudáveis o que pode causar uma série de efeitos secundários.
A ideia deste trabalho é modificar uma parte da cisplatina por forma a aumentar a sua seletividade, ou seja, fazer com que a molécula deixe de se ligar nos sítios onde é prejudicial e passe a ligar-se apenas e só ao DNA das células tumorais.
“A maneira de fazer isso, ou pelo menos a maneira que nós achámos que pode ser útil, é usar as propriedades que o próprio DNA tem de reconhecimento molecular, as chamadas pontes de hidrogénio, para fazer uma ligação do DNA da célula tumoral ao medicamento mais direcionada”, conta.
Ou seja, em vez da cisplatina se “agarrar” a todas as células de forma indiscriminada, esta passará a ter a capacidade de reconhecer o DNA das células tumorais e de se ligar diretamente às mesmas.
O objetivo deste estudo é permitir à cisplatina ter um reconhecimento do DNA no sítio correto para depois ser eficaz como anticancerígeno e assim permitir a morte celular da célula tumoral.
Este estudo encontra-se ainda numa fase preliminar, estando a ser desenvolvidos testes em amostras de glioblastomas, tumores que afetam as células da glia no cérebro.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | twitter | ITQB NOVA
Related Episodes
