O objetivo passa por encontrar soluções que permitam reduzir a pegada ecológica do betão e tornar o processo construtivo mais sustentável.
Jorge de Brito, professor no Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Ambiente do Instituto Superior Técnico (IST) e investigador no CERIS – Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, está a estudar novas estratégias para reduzir o impacto ambiental da indústria do betão e do cimento.
“Há uma necessidade de habitação e de infraestruturas em todo o mundo, mas em particular nos países em desenvolvimento, que têm todo o direito de ter a expectativa de ter os mesmos níveis de bem-estar dos países desenvolvidos”, conta.
Para dar resposta a esta necessidade, o betão é o material estrutural mais eficiente numa análise multicritério que inclui a resistência, a durabilidade, o custo, e a sustentabilidade.
Por esse motivo, uma larga maioria da construção é feita em betão e, segundo Jorge de Brito, a construção que vai ser feita no futuro também será em betão.
No entanto, a produção de betão e de cimento corresponde atualmente a cerca de 8% do total das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
É então fundamental diminuir o impacto ambiental associado ao betão e ao cimento.
Jorge de Brito tem trabalhado em vários projetos de investigação com vista a desenvolver estratégias para reduzir o impacto ambiental do betão.
Dentro dessas estratégias, aquelas que têm sido seguidas com mais intensidade por este grupo de investigação, são a reciclagem de agregados, a areia e a brita, o uso de água não potável, e a substituição do cimento Portland, que é o cimento mais comum, por ligantes resultantes de resíduos de vários tipos, desde agrícolas a industriais.
Também estar a ser estuda a redução do próprio conteúdo de cimento dentro do betão, procurando assim obter um material que seja, ao mesmo tempo, resistente e durável, mas menos poluente.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | IST