Este sistema analisa imagens de endoscopia e usa uma análise sofisticada de dados para determinar quais os pacientes que devem ser sujeitos a este exame.
Miguel Coimbra, professor no Departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Porto (FCUP) e investigador no INESC TEC, está a usar inteligência artificial para melhorar o diagnóstico do cancro gástrico.
“O cancro gástrico é, atualmente, o quarto tipo de cancro mais letal a nível mundial. Torna-se assim necessário desenvolver ferramentas para gerir o melhor possível este cancro. E a arma que temos para isto é a endoscopia. Fazemos uma chamada endoscopia alta, em que através de um tubo com uma câmara fazemos um vídeo do interior do nosso estômago”, explica.
Analisando a superfície do estômago, a chamada mucosa, é possível analisar e tentar perceber qual a percentagem dessa mucosa que está afetada pela metaplasia intestinal.
A metaplasia intestinal é uma condição onde as células do revestimento do estômago ou do esófago se transformam e se assemelham a células intestinais. Esta é uma alteração associada ao cancro gástrico que é normalmente provocada por uma bactéria, a Helicobacter pylori.
Este projeto está a usar inteligência artificial para melhorar a análise das imagens de endoscopia, mas também para determinar quais os pacientes que devem ser sujeitos a este exame.
“Será que deve ser feita uma endoscopia a esta pessoa ou não? Podemos usar a inteligência artificial, através de uma análise sofisticada de dados, para perceber se aquela pessoa tem risco suficiente que mereça ser prioritária para a marcação de uma endoscopia”, conta.
Esta investigação está a ser desenvolvida já há 15 anos em parceria com o grupo clínico de Mário Dinis Ribeiro, do IPO do Porto.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FCUP | INESC TEC
Related Episodes
