Este estudo pretende identificar os mecanismos que estas amêijoas usam para remover contaminantes do seu ecossistema.
Ana Chung, investigadora no Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), está a estudar o papel do microbioma de amêijoas de água doce na biofiltração de poluentes emergentes.
Este projeto tem dois objetivos principais. O primeiro visa avaliar a capacidade de biofiltração de uma amêijoa de água doce, a Corbicula fluminea, na remoção de contaminantes emergentes como produtos farmacêuticos e produtos de cuidados pessoais.
O segundo pretende avaliar o papel do microbioma destas amêijoas neste processo de biofiltração.
Os resultados demonstraram que estes contaminantes têm um impacto não só no número de bactérias viáveis, mas também na comunidade microbiana como um todo, favorecendo grupos microbianos geralmente mais resistentes e metabolicamente mais versáteis.
Estes grupos microbianos possuem funções enzimáticas que, por exemplo, permitem a degradação de xenobióticos – substâncias químicas estranhas a um organismo vivo – e o transporte membranar. São estas capacidades que permitem que as bactérias sejam resistentes a estes compostos mas também sejam capazes de destoxificar o stress químico que eles provocam no ambiente.
Isto significa que o microbioma destas amêijoas não só é capaz de ativar mecanismos que permitem proteger o hospedeiro do stress químico, como tem um papel fundamental na degradação de fármacos e de outros poluentes emergentes.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | FCTUC
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