
O ciclo de vida desta borboleta depende de uma planta específica onde põe os seus ovos e de uma formiga que cuida das suas larvas.
Paula Seixas, entomóloga e docente na Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigadora no Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), está a desenvolver esforços para preservar a borboleta-azul das turfeiras.
A borboleta-azul das turfeiras, de nome científico Phengaris alcon, é uma espécie que esteve com estatuto de conservação durante muito tempo, tendo sido considerada uma espécie ameaçada pelas suas exigências de ecossistema.
Esta borboleta tem um ciclo de vida muito complexo, que depende da genciana-das-turfeiras, uma planta rasteira de flor azul arroxeada onde põe os seus ovos, e de uma formiga que é responsável por cuidar das suas larvas até que estas cheguem à fase de casulo.
Em Portugal, esta borboleta está circunscrita ao norte do país, em particular, no Parque Natural do Alvão, onde ocorre uma das maiores populações desta espécie no lameiro da Dona Libânia.
A equipa de Paula Seixas, realizou levantamentos nesta região onde conseguiram identificar um valor máximo de 2 mil indivíduos numa única campanha. Este valor coloca esta população num bom estado de conservação a nível europeu.
Para além do Parque Natural do Alvão, esta borboleta também pode ser encontrada em Campia, onde foi pela primeira vez identificada em 1941 por um padre, e onde ainda existe um resquício de borboleta-azul.
Esta espécie ocorre também em Montalegre, com algumas populações pequenas mais a norte.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UTAD | CITAB
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