Prédios devolutos, descampados, ruínas, espaços abandonados e obras há muito paradas. Todos conhecemos um sem número de locais como estes nas nossas cidades. Este projeto pretende conhecer a utilidade destes espaços para a população local, de forma a apresentar propostas de melhoria e a reabilitação dos mesmos.
João Sarmento, investigador no Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Sociais (ICS UM) da Universidade do Minho no Pólo de Azurém, em Guimarães, e do CEG – Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, está a desenvolver o projeto NoVOID nas cidades de Guimarães, Vizela, Lisboa e Barreiro.
“Nós entendemos que os espaços urbanos contêm uma série de espaços vazios e ruínas e que estes não devem ser vistos como espaços negativos e que provocam fracturas na cidade. Há aspectos interessantes e positivos neste tipo de espaços e por isso o projecto dedica-se a estudá-los nas cidades portuguesas, sendo que temos quatro cidades específicas em que fazemos um estudo aprofundado destes casos que é Lisboa e o Barreiro e depois Guimarães e Vizela”, explica.
Este projeto procura tirar vantagem da colaboração entre várias disciplinas académicas como a geografia, a arquitetura paisagista e a arquitetura. “O objetivo é, por um lado, olhar para estes espaços de forma diferente e, por outro lado, pensar de que forma é que podemos ter projetos, sejam eles temporários, ou permanentes, para algumas destas áreas, e assim dar sugestões de iniciativas e de desenvolvimentos que se podem fazer nestes lugares”, acrescenta.
Além de analisar o potencial de reaproveitamento destes locais, o NoVOID também se preocupa com a forma como estes espaços são usados atualmente, quer pela população local, quer pelos animais e plantas que neles habitam.
João Sarmento reafirma que as soluções propostas para estes locais terão sempre em atenção o equilíbrio ecológico destes espaços, assim como as práticas culturais e do dia-a-dia que a população ali realiza.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | CEG