As condições extremas da Antártida forçaram os microrganismos que lá habitam a desenvolver mecanismos especializados de captura de azoto atmosférico.
Catarina Magalhães, investigadora do CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, e docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), está desde 2012 a estudar o ciclo do azoto em ambientes extremos como a Antártida.
“Juntamente com a minha equipa, comecei em 2012 a fazer algum trabalho de investigação na Antártida. A minha colaboração nesta expedição era tentar perceber de que forma é que os compostos de azoto são transformados nestes ecossistemas tão extremos”, conta.
A equipa de Catarina Magalhães verificou que em locais muito extremos como os desertos da Antártida, o ecossistema está dependente de alguns microrganismos que têm a capacidade de fixar o azoto atmosférico.
Estes microrganismos têm enzimas muito específicas que conseguem transformar este azoto que está na atmosfera em azoto orgânico.
Quando morrem, estes microrganismos são degradados e o azoto das suas células fica assim disponível para os outros organismos que não têm a capacidade de utilizar o azoto atmosférico.
“É a partir daí que se inicia toda a possibilidade de se dar origem a uma comunidade mais complexa”, conclui.
Este processo permite assim que a vida cresça e se estabeleça em locais tão extremos como os desertos da Antártida.
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