agricultura,
90 seg

Ep. 589 José Gomes Laranjo – Investigação desenvolve castanheiros resistentes à doença da tinta

March 28, 2019

ep589_interiorA árvore que serviu de inspiração para este estudo é o Col utad, um castanheiro cultivado em Vila Real que é resistente à doença da tinta.


José Gomes Laranjo, docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), investigador do CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, e Presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), está a desenvolver clones porta-enxerto do Col utad para ajudar os agricultores a combater a doença da tinta.

Responsável pela morte de dois terços da população de castanheiros em Portugal no início do século XX, a doença da tinta é caracterizada por um fungo que ataca as raízes das árvores e bloqueia o acesso aos nutrientes do solo.

“É uma longa história que começa no início do século XX com o aparecimento em Portugal da Doença da Tinta dos Castanheiros e que acabou por provocar a morte de milhares e milhares de castanheiros no nosso país, de tal maneira que a área de castanheiro em Portugal estimada no início do século XX em cerca de 60 mil hectares na década de 1970 era de menos de 20 mil hectares”, conta.

Como forma de fazer face a este flagelo, um grupo de investigadores da Estação Nacional de Fruticultura em Alcobaça, em meados do século XX, começou a desenvolver um programa de melhoramento do castanheiro na tentativa de obter castanheiros resistentes à doença da tinta.

“Há um grupo de investigadores aqui no então Instituto Universitário que se começa a interessar pela área do castanheiro, vai à Estação Nacional de Fruticultura e começa a estabelecer parcerias com esse grupo e traz para Vila Real um grupo desses castanheiros resistentes à Doença da Tinta”, acrescenta.

De todos os castanheiros que foram trazidos para Vila Real houve um que se destacou pela sua qualidade e pela sua capacidade de resistir à doença da tinta. A este castanheiro foi dado o nome de Col utad e ainda hoje é possível encontrá-lo nos jardins da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

“Estávamos na década de 1980 e assim continuámos até aos anos de 2010 deste século altura em que já a minha geração que eu tenho o prazer de coordenar pegou no Col utad. Naturalmente este grupo não parou e com este Col utad os estudos têm vindo a continuar no sentido de o melhorar ainda mais com plantas de uma segunda geração ainda com características mais interessantes”, revela.

Atualmente a equipa de José Gomes Laranjo está a desenvolver clones porta-enxerto do Col utad capazes de resistir à doença da tinta e com a capacidade de produzir uma maior quantidade de castanhas.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | CITAB

Scroll to top