Este estudo está a analisar como são formados os valores humanos durante a infância e a adolescência.
Alice Ramos, socióloga e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), está a desenvolver o projeto CLAVE com o objetivo de identificar e medir os valores das crianças e dos adolescentes entre os seis e os catorze anos.
O projeto CLAVE vai também relacionar esses valores com atitudes, nomeadamente, face à diferença.
“Face à diferença de género, face à diferença racial, face à deficiência, face ao sexismo, e face à justiça social”, reforça.
O objetivo é ver como estes valores nos guiam ao longo da nossa vida e como é que eles se desenvolvem em crianças a partir dos 6 anos, e até aos 14 anos.
Já existem estudos similares realizados a maiores de 15 anos. Com este estudo, Alice Ramos, pretende acrescentar ao conhecimento existente nova informação sobre o desenvolvimento destes valores a partir da infância.
“Por exemplo, em todos os países o valor a que os adultos dão mais importância é o universalismo. Ou seja, achar que todas as pessoas devem ter as mesmas oportunidades na vida, os mesmos direitos e que toda a gente deve ter o direito de ser ouvido e de ter uma opinião. O valor a que os adultos dão menos importância é o poder. Querer que me obedeçam. Ter poder simbólico. Ter poder material”, conta.
Segundo Alice Ramos, esta oposição entre o universalismo e o poder também é possível encontrar nas crianças.
“As crianças dão mais importância a ter ações que ajudem os que lhes são próximos. Para elas, o menos importante, o que está em último lugar, é ser o melhor, ganhar, ter poder, ou ser o líder”, revela.
Este resultado preliminar demonstra que os valores que observamos nos adultos já se encontram desenvolvidos em crianças de seis anos.
O projeto CLAVE – O desenvolvimento dos valores humanos na infância e na adolescência é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Google Scholar | ICS
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