O desemprego e a estabilidade económica de um casal são fatores determinantes na decisão de ter ou não filhos. Este projeto vai analisar de que forma a crise afetou os planos reprodutivos das famílias portuguesas.
Vanessa Cunha, investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, é a responsável por este estudo que tem como objetivo comparar duas gerações afetadas pela crise em momentos distintos do seu percurso reprodutivo.
“O projeto que está a arrancar é sobre as motivações e os obstáculos que se colocam hoje em dia à natalidade e aos projetos reprodutivos, mais concretamente sobre o impacto que a crise teve nas trajetórias reprodutivas de homens e mulheres nos últimos anos”, explica.
Este estudo vai pegar em dois grupos de homens e mulheres, o primeiro de pessoas nascidas entre os anos de 1970 e 75, e o segundo entre 1980 e 85. “Vamos perceber como é que a crise afetou de forma diferente estes homens e estas mulheres. Os primeiros a crise afetou a sua trajetória reprodutiva já na reta final das suas possibilidades. Afetou-os no seu bem-estar económico, no bem-estar da família, no fundo pondo em causa eventualmente os seus projetos finais de fecundidade”, conta.
Segundo Vanessa Cunha, muitas destas famílias podem ter optado por ter menos filhos que aqueles que inicialmente tinham planeado. Já a geração mais nova foi atingida pela crise no início da sua vida adulta. Para a investigadora, isto teve um forte impacto ao nível da sua dependência económica, ao nível da sua vida profissional e da sua estabilidade profissional, afetando assim o início da constituição da vida familiar e da transição para a parentalidade.
Este projeto pretende então conhecer a realidade destas famílias com o objetivo de descobrir até que ponto a crise afetou de forma diferenciada estes dois grupos de pessoas em trajetos diferentes da sua vida reprodutiva.
Saiba mais sobre a investigadora em: Orcid | ICS
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