Para estudar o impacto da ação sísmica em lajes fungiformes foi construído um edifício de dois pisos à escala real.
António Pinho Ramos, professor na Nova School of Science and Technology (FCT NOVA), participa no projeto SlabSTRESS com o objetivo de estudar a resistência da construção em laje fungiforme a sismos de magnitude alta.
No âmbito deste projeto foi construído um edifício com dois pisos com dimensões em planta de 14,5 metros por 9,5 metros, com lajes de 20 centímetros de espessura. A laje é o piso de suporte do chão, ou do teto, onde as pessoas podem circular.
O objetivo deste ensaio foi estudar e avaliar a reacção de diferentes técnicas de armaduras específicas que permitissem melhorar o comportamento das lajes quando sujeitas a ações sísmicas.
Neste ensaio foram avaliadas três tipos diferentes de construção, uma laje de controlo sem armadura, uma laje com armaduras pré-fabricadas que são colocadas no interior da laje antes da betonagem, e uma laje com uma técnica desenvolvida na FCT NOVA de armaduras instaladas após a construção como reforço da estrutura.
“Inicialmente tivemos uma laje em que não tínhamos armaduras específicas e outra laje onde utilizámos uma armadura muito comum na Europa Central, que é uma armadura pré-fabricada e que é colocada no interior da laje antes de se fazer a betonagem. Depois, também quisemos estudar uma técnica de armaduras pós-instaladas, desenvolvidas na FCT NOVA, que podem ser adicionadas a lajes já construídas”.
Neste ensaio foram testados movimentos de ação sísmica similares aos provocados por um sismo de magnitude superior a 6,5 na escala de Richter.
O resultado final do ensaio demonstrou que ambas as soluções funcionam muito bem perante ações sísmicas desta magnitude e até superiores.
“A laje não colapsou mesmo perante uma solicitação muito para além das solicitações normais de dimensionamento que se utilizam nas normas europeias”, revela.
O projeto SlabSTRESS, “Slab Structural Response for Seismic European Design” foi desenvolvido com fundos europeus no âmbito da infra-estrutura SERA (Seismology and Earthquake Engineering Research Infrastructure Alliance for Europe), e contou com a participação da FCT NOVA, do Politécnico de Milão (Itália), da EPFL Lausanne (Suiça) e da UTCB Bucareste (Roménia).
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | FCT NOVA
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