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Ep. 1034 Inês Baía – Dadores de gâmetas discordam que seja dada prioridade a casais heterossexuais e a mulheres casadas

February 25, 2021

ep1034_interiorEste projeto quis saber se os dadores de óvulos e de espermatozóides eram a favor ou contra ser dada prioridade a casais heterossexuais e a mulheres casadas no contexto da procriação medicamente assistida com doação de gâmetas.


Inês Baía, investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), desenvolveu este estudo no âmbito do projeto EngageD e concluiu que a maioria dos dadores e dos beneficiários de gâmetas discorda que seja dada prioridade a casais heterossexuais e a mulheres casadas, em detrimento de casais homossexuais e de mulheres solteiras.

O projeto EngageD teve como objetivo avaliar as opiniões e as experiências de beneficiários e dadores de gâmetas, óvulos e espermatozóides, no contexto da procriação assistida com a doação de gâmetas.

“Nós fomos avaliar qual seria a opinião dos dadores e dos beneficiários acerca do acesso a estas técnicas de procriação medicamente assistida com doação de gametas tendo em conta alguns critérios de prioridade, nomeadamente a orientação sexual e estatuto marital”, conta.

A maioria dos participantes neste estudo discordou que fosse dada prioridade a casais heterossexuais, ou a mulheres casadas, no acesso aos gâmetas. No entanto, alguns participantes do sexo masculino mostraram concordar com o estabelecimento de um acesso prioritário a mulheres heterossexuais e a mulheres casadas.

“Para além disso, os indivíduos casados ou a viver em união de facto, assim como os participantes com profissões mais indiferenciadas, mostraram estar também mais de acordo com o acesso prioritário a mulheres casadas”, acrescenta.

Segundo Inês Baía, este resultado chama-nos à atenção para a importância de falar sobre este assunto de forma a desmistificar a ideia de que os casais homossexuais, os casais de mulheres, e as mulheres solteiras, não têm a mesma capacidade para educar e criar uma criança que um casal heterossexual.

“Esta informação alerta-nos também para a necessidade de aumentarmos o recrutamento de dadores para fazer face a esta procura, e para conseguir dar resposta a este novos beneficiários que procuram tratamentos de procriação medicamente assistida com gâmetas doados”, reforça.

O projeto ENGAgED – Bionetworking e cidadania na doação de gâmetas foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e contou com a participação do ISPUP, da unidade Epidemiology Research Unit Institute of Public Health, University of Porto (EPIUnit), do Centro Hospitalar do Porto, e do Centro Materno-Infantil do Norte.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ISPUP

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