Este projeto usa smartphones para juntar voluntários a pessoas com doença mental, nomeadamente esquizofrenia, para combater a solidão e quebrar o estigma relacionado com estas doenças.
Mariana Pinto da Costa, médica psiquiatra e Doctoral Research Fellow na Unit for Social and Community Psychiatry (WHO Collaborating Centre for Mental Health Services Development) da Queen Mary University of London (QMUL), East London NHS Trust, está a desenvolver o projeto Phone Pal com o objetivo de ajudar as pessoas com doença psicótica a lutar contra a solidão e o isolamento social.
“Sabemos que hoje em dia as pessoas com doença mental grave, e em particular aquelas pessoas que têm doença psicótica, estão muito isoladas do ponto de vista social e o isolamento está associado a piores resultados de saúde física e de saúde mental”, revela.
Para resolver esta situação, foi desenvolvido o projeto Phone Pal, em português “amigo de telemóvel”, que, com recurso a smartphones, permite a estas pessoas encontrarem um voluntário para comunicar com elas.
“A forma como os doentes e os voluntários comunicam entre si depende deles próprios. Uns podem utilizar as videochamadas e gostarem de se ver um ao outro. Outros podem ter uma comunicação mais espaçada e gostarem de ter um bocadinho mais de tempo para pensar o que vão responder e enviar mensagens, whatsapp, ou e-mails. Algumas pessoas até gostam em particular de falar com os outros mas só ouvir a voz e não ter outro sentido ou acesso a outra parte da pessoa”, explica.
Mariana Pinto da Costa quer com este projeto conhecer as diferentes preferências que cada pessoa usa para comunicar e, através da análise deste comportamento, perceber como os doentes evoluem, quer no seu estado de saúde, quer na sua relação com a doença, através do contacto com o voluntário.
Perceber se esta experiência altera a perceção que os voluntários têm destas doenças é também um dos objetivos desta investigação.
O Phone Pal está associado ao projeto VOLUME do National Institute of Health Research (NIHR), e conta com apoio do CLAHRC (Collaboration for Leadership in Applied Health Research) North Thames e financiamento do East London NHS Trust.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | QMUL
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