Os rebocos são um produto da construção utilizado maioritariamente para revestir paredes mas também tetos, e que podem ser aplicados tanto no exterior como no interior.
Paulina Faria, docente e investigadora na Nova School of Science and Technology (FCT NOVA), está a desenvolver rebocos sustentáveis com recurso a materiais recolhidos na área de construção capazes de melhorar o conforto térmico das habitações e reduzir os níveis de humidade.
Este projeto está focado na aplicações destes rebocos em revestimentos de paredes interiores. A formulação destes rebocos pretende que eles sejam capazes de conservar a energia térmica da habitação, utilizando materiais de baixo impacto ambiental, e de apresentar características de desempenho favoráveis para a qualidade do ar interior e para o conforto dos ocupantes.
“Quando nós temos um reboco muito hidroscópico, ou seja, capaz de recolher a humidade do ar, em apenas umas horas nós conseguimos que ele capte um grande copo de água de humidade do ambiente”, refere.
Portugal é um dos países da Europa onde a pobreza energética mais se faz sentir, em particular no Inverno. Uma grande percentagem da população portuguesa não é capaz de manter a sua casa confortável durante períodos de frio ou de calor extremos. Isto deve-se em parte ao preço elevado da energia, mas também a uma construção deficiente no que toca ao isolamento térmico.
“Em Portugal de Inverno as pessoas têm as casas superlotadas e muito fechadas para não perder a energia que gastam em aquecê-las, e portanto acabam por ficar com as casas com muito humidade, e também com muito CO2. Desta forma nós conseguimos que sem gastar energia nenhuma, em vez de usarmos um desumidificador, o reboco possa ter essa função”, reforça.
Paulina Faria espera que os rebocos desenvolvidos neste projeto possam ser usados para melhorar o isolamento térmico e a qualidade do ar das habitações portuguesas.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FCT NOVA
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