Este estudo visa avaliar o impacto do uso de pesticidas e herbicidas na qualidade do solo.
Anabela Cachada, investigadora no CIIMAR – Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), está a trabalhar em parceria com a Real Companhia Velha na avaliação da qualidade do solo em vinhas de produção integrada e em vinhas de produção biológica.
A viticultura convencional pode resultar na degradação dos solos devido ao uso excessivo de produtos fitofarmacêuticos como pesticidas, herbicidas, fungicidas ou insecticidas.
Isto pode ter efeitos negativos em termos económicos porque pode afetar o crescimento da videira assim como a qualidade da uva.
Neste sentido, a equipa de Anabela Cachada foi convidada pela Real Companhia Velha para fazer uma avaliação da qualidade dos solos das suas vinhas que estão sobre o modo de produção integrado e sobre o modo de produção biológico.
“O que nós observámos foi que durante os períodos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos nas vinhas de modo de produção integrado havia realmente alguns efeitos adversos para os organismos aquáticos e terrestres. Contudo, cerca de três meses após o período de aplicação já não se verificaram esses efeitos adversos, o que significa que de alguma maneira o sistema consegue recuperar e que é resiliente ao uso destes produtos”, revela.
Anabela Cachada alerta no entanto para o facto de este estudo ter sido realizado em vinhas relativamente jovens, com cerca de 15 anos, e que alguns destes contaminantes podem acumular no solo ao longo do tempo, como é o caso do cobre que é usado como fungicida para proteger a vinha do míldio.
“É por isso importante continuar a fazer esta monitorização ao longo do tempo para melhor percebermos o impacto do uso destes produtos na qualidade do solo”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CIIMAR
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