Com lançamento previsto para o final de 2018, a missão CHEOPS – CHaracterising ExOPlanet Satellite tem como objetivo caracterizar em detalhe exoplanetas que já tenham sido descobertos a orbitar em torno de estrelas brilhantes.
Nuno Santos, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Universidade do Porto (UP), é o responsável por esta missão que consiste no lançamento de um pequeno satélite com instrumentos capazes de analisar o trânsito de exoplanetas em torno das suas estrelas.
Desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA) a missão CHEOPS recorre a técnicas de fotometria de alta precisão em estrelas particularmente brilhantes, de forma a medir a densidade de exoplanetas com dimensões superiores às da Terra, com o objetivo de determinar se se tratam de planetas rochosos (Super Terras), ou gasosos como Neptuno, e abrir o caminho para futuros estudos com maior detalhe sobre estes exoplanetas.
“Sabemos hoje que a maior parte das estrelas têm planetas à volta mas existem várias dificuldades do ponto de vista tecnológico porque os sinais que estamos a detectar são muito pequeninos, e portanto é preciso uma grande precisão nos instrumentos que estamos a desenvolver. Por outro lado existem muitas dificuldades causadas até pelas próprias estrelas porque as estrelas causam-nas uma série de ruído devido à sua atividade magnética, e a outros fenómenos físicos que ocorrem nas estrelas que introduzem um ruído que por vezes é superior ao sinal que nós temos que detetar que vem do planeta”, contextualiza.
Segundo Nuno Santos, todos estes fatores reforçam a necessidade de haver um desenvolvimento científico e tecnológico para que seja possível conseguirmos ultrapassar todos os desafios que estão por trás da deteção e caracterização de um exoplaneta.
“A missão CHEOPS tem como objetivo lançar um pequeno telescópio para o espaço, um telescópio que vai apontar para as estrelas que têm planetas conhecidos e que vai tentar medir aquilo que nós chamamos o trânsito planetário, ou seja, o momento em que o planeta passa em frente à estrela e portanto bloqueia uma parte da luz da estrela e isso significa que durante um momento a estrela vai parecer um bocadinho menos brilhante”, explica.
Nuno Santos reforça que esta medição vai permitir, por exemplo, determinar o tamanho do planeta, a sua massa e densidade, e dessa forma inferir a sua composição química: “O CHEOPS vai-nos permitir de alguma forma caracterizar em grande detalhe planetas em torno de outras estrelas.”
Saiba mais sobre o investigador em: IA
Foto Nuno Santos: Susana Neves
Imagem Banner: ESO (European Southern Observatory)