O lixiviado de aterro sanitário contém compostos biodegradáveis e compostos com propriedades tóxicas e recalcitrantes que podem apresentar uma ameaça para o ecossistema.
Annabel Fernandes, investigadora na Unidade de Investigação em Materiais Fibrosos e Tecnologias Ambientais (FibEnTech) da Universidade da Beira Interior (UBI), está a estudar a viabilidade do tratamento eletroquímico de efluentes de aterros sanitários com recurso a fontes de energia renovável com base no reaproveitamento dos resíduos do próprio aterro.
“No nosso dia-a-dia nós colocamos todo o tipo de resíduos no nosso contentor do lixo e a maioria desses resíduos vão parar ao aterro sanitário. Durante o processo de aterro é gerado um efluente que é designado por lixiviado de aterro sanitário. Esse lixiviado de aterro sanitário contém desde compostos mais simples e biodegradáveis até compostos com propriedades recalcitrantes e tóxicos”, explica.
Para Annabel Fernandes, o processo de oxidação eletroquímica surge como uma possível solução para este problema uma vez que permite o tratamento dos lixiviados sem ser necessária a adição de produtos químicos, e sem resultar na produção de lamas ou de concentrados.
Na Unidade FibEnTech está a ser estudada a viabilidade de alimentar o processo de tratamento eletroquímico através de energias renováveis com base na energia que é produzida no próprio aterro pela produção de biogás, com o intuito de reduzir os custos de tratamento.
“Também estamos a estudar a viabilidade de reutilizar os efluentes tratados pelo processo eletroquímico em operações de lavagem e de rega nas instalações do próprio aterro, introduzindo assim o conceito da economia circular”, reforça.
O objetivo deste estudo é criar uma solução sustentável para o tratamento destes efluentes, prevenindo o impacto do aterro no meio ambiente e reduzindo os custos de manutenção e limpeza.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UBI
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