Embora o impacto dos testes de extração tenha sido reduzido, são necessárias observações a longo prazo para avaliar o estado de saúde destes ecossistemas.
Marina Cunha, professora no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), coordena o projeto MiningImpact, uma iniciativa que visou avaliar o impacto da mineração do mar profundo nos ecossistemas marinhos.
Em certas zonas do fundo oceânico existem nódulos minerais formados ao longo de milhões de anos, que contêm metais como manganésio, cobalto, e níquel. Apesar do seu elevado valor comercial, estes nódulos funcionam como bases estruturais para os organismos que habitam a esta profundidade.
Como o fundo do oceano é um dos maiores repositórios de carbono do planeta, perturbar estes ecossistemas poderá ter um impacto muito elevado no ciclo de carbono, levando a um agravamento das alterações climáticas.
Nesse sentido, o projeto MiningImpact desenvolveu uma série de testes de extração destes nódulos no Pacífico Equatorial, com o objetivo de avaliar a viabilidade da mineração do fundo do mar em escala industrial, assim como o seu impacto nos ecossistemas.
Na primeira fase do projeto foi feita uma avaliação do estado de referência de duas concessões de mineração, uma belga e outra alemã, na zona do Pacífico Equatorial.
Na segunda fase foi feito o acompanhamento do teste de um protótipo de uma máquina extratora de nódulos desenvolvida por uma empresa belga.
Esse teste foi acompanhado pela equipa do MiningImpact de forma independente para perceber quais os impactos desta mineração.
“O teste correu bastante bem. Não houve remoção completa dos nódulos. Eles foram apenas removidos do seu local e deixados no fundo do mar. Agora o que nos interessa é acompanhar a médio e, eventualmente, a longo prazo a recuperação deste ecossistema”, revela.
O projeto MiningImpact é financiado através do programa JPI Oceans.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | UA
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