Este estudo comparou a eficácia do tratamento endodôntico entre doentes com e sem diabetes.
Manuel Marques Ferreira, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e investigador no iCBR – Coimbra Institute for Clinical and Biomedical Research, realizou um estudo que pretendeu avaliar o sucesso da desvitalização dentária no tratamento de infeções dos ossos dos maxilares e da mandíbula em doentes diabéticos.
Este estudo começou por avaliar o sucesso das desvitalizações dentárias no tratamento de infecções periapicais dos ossos do maxilar e da mandíbula em doentes diabéticos e não diabéticos.
Os resultados mostraram que nos doentes não diabéticos o sucesso deste tratamento era de 89,4% enquanto que nos doentes diabéticos a percentagem de sucesso baixava para 47,8%.
Esta conclusão levou Manuel Marques Ferreira a desenvolver um estudo em modelo animal de ratinho para perceber porque isto acontece.
Foram então selecionados dois grupos de ratos, um grupo de ratos diabéticos, o GK, e um grupo de ratos não diabéticos, os Wistar.
Ambos os grupos foram sujeitos a infeções e depois foi avaliada a sua capacidade de formar novos vasos sanguíneos, um termo conhecido por angiogênese.
Neste estudo foi possível verificar que dois fatores que promovem a angiogênese, o VEGF e a angiotensina 2, estavam mais expressos nos ratos Wistar não diabéticos, do que nos ratos diabéticos.
Isto permitiu concluir que estes dois fatores têm um papel importante na cicatrização do tecido e que, ao estarem menos expressos em doentes com diabetes, vão influenciar o sucesso do tratamento e da desvitalização dentária.
Este conhecimento poderá ser útil para desenvolver um tratamento mais eficaz para aumentar a taxa de sucesso das desvitalizações em doentes com diabetes.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | FMUC