Os astrócitos são células da glia envolvidas no processo de nutrição dos neurónios. Estas células podem ser encontradas no sistema nervoso central, mais concretamente, no cérebro.
João Filipe Oliveira, investigador no ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UM), está a estudar o papel dos astrócitos, um tipo de célula cerebral, no desenvolvimento da depressão.
“A depressão é uma doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas em todo o Mundo e estamos interessados em perceber de que forma é que os astrócitos, um tipo de células da glia no cérebro, estão envolvidos nos fenómenos que desencadeiam esta doença”, explica.
Usando modelos animais esta esquipa de investigadores está a silenciar as diferentes funções dos astrócitos para melhor compreender a influência que estes têm no desenvolvimento da depressão.
Dados preliminares demonstram que quando as funções dos astrócitos são afetadas é possível impedir que o cérebro fique deprimido quando comparado com um cérebro onde os astrócitos funcionam normalmente.
Para chegar a esta conclusão, o comportamento destas células é analisado perante situações de stress crónico e depois é medido o nível de depressão do modelo animal.
O objectivo deste trabalho é usar técnicas de ponta para medir a atividade cerebral a nível comportamental, a nível de circuitos, e a nível celular, e estudar a forma como os astrócitos comunicam com os neurónios e com as outras células do cérebro.
João Filipe Oliveira acredita que este estudo vai permitir conhecer melhor como as células comunicam entre si num cérebro saudável e comparar com um cérebro doente. Desta forma será possível extrapolar como a depressão se desenvolve no modelo animal e a partir daí testar medicamentos que permitam tratar e até impedir a instalação da depressão no paciente humano.
Este projeto é financiado pela Fundação La Caixa.
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