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Ep. 1123 Sandra Soares – Investigação estuda como o olfato pode ajudar pessoas no espetro do autismo a melhor reconhecer emoções

June 30, 2021

ep1123_interiorEste estudo pretende avaliar a capacidade do uso de diferentes odores para minimizar as dificuldades de sociabilização de pessoas no espetro do autismo.


Sandra Soares, investigadora no Centro William James da Universidade de Aveiro (UA) e no Instituto Karolinska (KI) na Suécia, está a desenvolver um estudo com o objetivo de perceber se o olfacto pode ajudar pessoas no espetro ao autismo a melhor reconhecer emoções nos outros.

Pessoas com perturbações do espetro do autismo têm capacidade reduzida de comunicação e de interacção social.

Estudos anteriores demonstraram que o olfacto é um meio subliminar capaz de transmitir informação relevante sobre uma pessoa de forma involuntária. Através do cheiro é possível determinar o género, a idade, e o estado emocional de um indivíduo.

A partir deste conhecimento, a equipa de Sandra Soares está a desenvolver uma experiência em contexto laboratorial com base na recolha de cheiros de pessoas que estavam numa determinada circunstância ou condição emocional.

Esses cheiros serão depois testados em pessoas dentro do espetro do autismo com o objetivo de perceber o impacto de diferentes odores nestes pacientes. A ideia é que o contacto com cheiros familiares os ajudem a minimizar as suas dificuldades do ponto de vista social.

“Sabemos por exemplo que estes doentes têm dificuldade em captar informação social, por exemplo a partir da face, e portanto a nossa tentativa visa perceber se através de odores corporais, se através dos cheiros de outros, conseguimos minimizar essas dificuldades, uma vez que a informação seria transmitida por essa via e não estaria dependente de problemas de comunicação que muitas vezes existem neste tipo de perturbações”, explica.

Como a informação do odor é processada de uma forma subliminar e instintiva, ao contrário da informação verbal que exige um nível de processamento cognitivo mais elevado, Sandra Soares espera que o olfato possa ser usado para ajudar estas pessoas na sua sociabilização.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UA

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