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Ep. 1541 Ricardo Trigo – Qual o impacto das ondas de calor na frequência dos incêndios rurais?

April 24, 2023

Um inverno chuvoso e uma primavera seca contribuem para uma maior prevalência de incêndios durante o período de verão.


Ricardo Trigo, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigador no Instituto Dom Luiz (IDL), está a estudar o impacto das condições meteorológicas durante o inverno e a primavera na frequência de incêndios rurais nos meses de verão.

A Península Ibérica é assolada com grande frequência por vagas de calor principalmente no período de verão.

Nas últimas décadas foi possível verificar que sempre que existe um período de seca antes dos meses de verão, a probabilidade de ocorrência de vagas de calor aumenta significativamente.

Por outro lado, o aumento da temperatura global por efeito das alterações climáticas também contribui para este fenómeno, permitindo que recordes de temperatura sejam batidos não só na Península Ibérica, como na Europa e no resto do Mundo.

“Temos verificado que a área ardida em Portugal depende de maneira fundamental do clima. Não só do que aconteceu nesse verão, nomeadamente, do número de dias classificados de onda de calor, mas também se choveu acima ou abaixo dos valores climatológicos previstos nos meses anteriores”, revela.

Por exemplo, se chover mais no inverno a vegetação irá crescer, mas se tivermos um período de seca na primavera, e se a temperatura estiver muito alta, a vegetação irá secar e irá aumentar o volume de combustível existente para alimentar eventuais incêndios que possam ocorrer por efeito do calor sentido durante o verão.

Isto significa que a área ardida em Portugal é determinada em 80% pela forma como as condições meteorológicas e climatéricas que ocorrem antes e durante a estação de verão variam de ano para ano.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | IDL

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