Este projeto está também a desenhar sistemas de apoio ao diagnóstico com base em dados de imagiologia clínica.
Sandro Queirós, investigador no ICVS – Instituto de Ciências da Vida e da Saúde na Escola de Medicina da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver o projeto AutoFoCUS com o objetivo de usar técnicas de inteligência artificial para apoiar na formação de médicos em ecocardiografia à cabeceira do doente.
A ecocardiografia à cabeceira do doente é uma modalidade de imagem que atualmente é utilizada como uma primeira linha de diagnóstico em situações de emergência em unidades de cuidados intensivos.
Esta técnica tem vindo a ser introduzida no currículo das escolas de medicina a nível mundial o que significa que cada vez mais médicos estão a ser formados nesta modalidade de imagem.
Cada aluno passa primeiro por uma parte teórica de aprendizagem didática sobre esta técnica, seguida por uma parte prática onde aprende a usar estes equipamentos e a interpretar as imagens que eles fornecem.
Na parte da interpretação das imagens os alunos necessitam de apoio por parte de um médico. Isto obriga-o a ceder uma parte significativa do seu tempo para dar formação aos alunos.
A ideia do projeto AutoFoCUS é substituir este formador por um sistema que seja capaz de avaliar as imagens adquiridas pelo aluno.
“No hospital os alunos vão fornecer as imagens ao sistema e o sistema vai dar feedback sobre a qualidade das mesmas. Se foram bem adquiridas, se todos os parâmetros foram correctamente analisados, e quais as alterações que devem ser feitas. Com isto esperamos aumentar a autonomia e a motivação destes alunos”, explica.
O sistema vai também perguntar ao aluno como este interpreta a imagem que recolheu. Se a resposta estiver errada o sistema não irá apenas corrigir o aluno mas também ajudá-lo a identificar as alterações na imagem que podem indicar a presença de uma patologia.
O projeto Automating analysis and training in Focused Cardiac Ultrasound (AutoFoCUS) é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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