Caracterizada pelo envelhecimento precoce do organismo, a Progeria é uma doença rara que está a ser usada como modelo para desenvolver novas terapias contra doenças cardiovasculares comuns em pessoas idosas.
Patrícia Pitrez, investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e aluna do Programa de Doutoramento do MIT Portugal, está a estudar como as células do músculo liso do coração são afetadas pelo envelhecimento e que mecanismos podem ser usados para reverter este processo.
“A Progeria é uma doença rara em que as crianças envelhecem a uma taxa sete a oito vezes maior que a taxa de envelhecimento normal. Isso faz com que tenham problemas a nível de vários órgãos e de vários sistemas, nomeadamente, o sistema cardiovascular”, descreve.
Segundo a investigadora o objetivo do seu trabalho de doutoramento foi estudar a vulnerabilidade das células do músculo liso na doença da Progeria. Para tal, foi desenvolvido em laboratório um sistema capaz de reproduzir a perda destas células na doença da Progeria.
“Isso permitiu-nos estudar aquilo que acontecia realmente nas células. Permitiu-nos perceber porque é que estas células são tão vulneráveis na Progeria”, acrescenta.
Durante este processo, Patrícia Pitrez identificou um alvo molecular que aparentava ser responsável pela perda das células do músculo liso: “Descobrimos um target molecular que achamos que está por trás da perda das células do músculo liso, passamos para o modelo animal em que fizemos um tratamento durante seis semanas em ratinhos com Progeria e vimos que passadas essas seis semanas, tínhamos mais células do músculo liso na aorta desses ratinhos do que no grupo controlo.”
Esta descoberta pode permitir, no futuro, o desenvolvimento de novas terapias capazes de restabelecer a quantidade de células do músculo liso e melhorar o sistema cardiovascular afetado pela doença.
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