Esta investigação pretende identificar os fatores que promovem e perpetuam os mitos associados à violência sexual.
Eunice Magalhães, investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS) no ISCTE-IUL, está a desenvolver um estudo que visa quebrar os mitos sobre a violência sexual na infância e na idade adulta.
“Temos desenvolvido estudos com base no relato de adultos acerca daquilo que pensam sobre as experiências sexualmente abusivas na infância. No essencial temos utilizado uma metodologia com base no auto relato dos participantes com amostras de adultos que respondem aos nossos questionários online”, conta.
Para além dos questionários os participantes são também convidados a reagir perante vinhetas que apresentam cenários hipotéticos sobre uma situação de abuso sexual.
A maior parte da investigação realizada nesta área tem-se centrado naquilo que são as diferenças individuais entre pessoas do sexo feminino e do sexo masculino. Já a equipa de Eunice Magalhães tem procurado encontrar uma explicação para estas diferenças entre os sexos no endosso dos mitos relacionados com a violência sexual.
Nesse sentido, foi testado um conjunto de variáveis que demonstrou que os participantes do sexo masculino tendem a valorizar relações hierárquicas entre grupos, a considerar que determinados grupos são superiores, e a apresentar uma maior propensão para a desvinculação moral, revelando níveis mais reduzidos de empatia, e menor capacidade de se posicionarem na perspectiva do outro.
Segundo Eunice Magalhães, estas características tendem a explicar as diferenças no endosso dos mitos por parte dos participantes do sexo masculino, levando-os a legitimar e a endossar mitos sobre violência sexual e sobre o abuso sexual em particular.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Wook | ISCTE
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