Estes mini rins serão usados como um modelo para avaliar os efeitos dos fármacos no sistema renal.
Cláudia Miranda, investigadora no Instituto de Bioengenharia e Biociências (IBB) e professora no Instituto Superior Técnico (IST), está a desenvolver mini rins em laboratório para testar a segurança de novos fármacos.
“Atualmente, no processo de descoberta de novos fármacos muitas vezes tem-se apenas em atenção a eficácia do fármaco perante a doença que se quer tratar. Contudo, é muito importante considerar não só a eficácia do novo fármaco mas também a sua segurança. É aqui que entram os nossos rins, o nosso principal sistema de excreção, que podem ser muito afetados caso o medicamento que estamos a desenvolver não seja seguro”, explica.
Para testar a segurança de novos fármacos atualmente são usadas linhas celulares que não são exatamente iguais às células humanas, ou modelos animais que não são 100% representativos do sistema humano.
Nesse sentido, a equipa de Cláudia Miranda está a desenvolver mini rins, pequenos órgãos que são derivados de células estaminais humanas e que têm uma estrutura tridimensional, uma composição celular, e uma função similar à dos nossos rins.
Estes mini rins podem assim ser usados como uma alternativa in vitro para o desenvolvimento de ensaios de segurança toxicológica de novos fármacos.
“Neste momento temos já o modelo desenvolvido e estamos a testá-lo com fármacos que sabemos que vão induzir problemas a nível do rim. No futuro queremos não só analisar fármacos que sabemos que induzem esses danos, mas também fármacos que sabemos serem seguros, e fármacos sobre os quais ainda não existe muita informação sobre o seu efeito sobre os rins”, explica.
Estes testes vão permitir determinar a eficácia dos mini rins para que estes possam no futuro ser usados como modelos para ensaios de segurança de novos fármacos.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | IBB