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Ep. 1647 Isabel Brito – Projeto BIOPROTOMATE usa culturas de cobertura para proteger o tomateiro contra doenças

October 31, 2023

Este projeto pretende usar microorganismos já presentes no solo para proteger a cultura de tomate contra a fusariose, uma doença infecciosa provocada por um fungo.


Isabel Brito, docente no Departamento de Biologia da Universidade de Évora () e investigadora no MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente, e Desenvolvimento, participa no projeto BIOPROTOMATE com o objetivo de desenvolver estratégias sustentáveis que permitam proteger a cultura de tomate contra doenças.

Em particular, este projeto quer ajustar as práticas agronómicas correntes para que estas possam tirar o melhor partido dos microorganismos do solo e usá-los para potenciar a produção agrícola.

No BIOPROTOMATE está a ser desenvolvida uma estratégia que consiste em promover no solo a rede de micélio de fungos micorrízicos arbusculares. Esta rede tem a capacidade de proteger as plantas contra stresses bióticos a abióticos, provocados por outros microorganismos e pelas alterações no clima.

No entanto, devido às técnicas de colheita atualmente em uso, sempre que uma cultura é colhida esta rede é destruída. Isto significa que os agricultores têm que recuperar a rede de micélio e melhorar as condições do solo todos os anos antes de iniciarem uma nova plantação.

Esta prática, para além de ser insustentável, é também muito dispendiosa. Para resolver este problema o BIOPROTOMATE propõe que estas práticas sejam alteradas, introduzindo uma cultura de cobertura entre colheitas. Esta cultura de cobertura pode ser uma leguminosa, como tremoço ou feijão.

Esta cultura vai desenvolver o inóculo dos fungos micorrízicos e a própria rede de micélio no solo. Assim, quando é feita uma nova plantação de tomate, já não é preciso fazer qualquer mobilização do solo, pois o tomate passa a ser rapidamente colonizados pelos fungos micorrízicos que já estão presentes na rede de micélio que foi deixada pela cultura de cobertura.

Esta prática vai conferir uma série de vantagens, nomeadamente, a protecção contra stresses bióticos e abióticos, nos quais se incluem os fungos responsáveis por doenças como a fusariose.

O BIOPROTOMATE – Bioprotecção do Tomateiro contra a fusariose é financiado no âmbito do programa Portugal 2020.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | | MED

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