Esta investigação desenvolveu um modelo capaz de prever a qualidade de uma colheita de Vinho Madeira até 25 anos.
José Carlos Marques, investigador da Universidade da Madeira (UMa) e membro do Pólo de Aveiro do I3N – Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação, quer com este sistema ajudar os produtores a selecionar as melhores colheitas para deixar a envelhecer, com o objetivo de reduzir o risco do seu investimento.
“O Vinho Madeira tem uma característica fundamental que é a sua longevidade. É talvez o vinho que mais resiste ao tempo. É fácil encontrar ainda e provar vinhos do século XIX e portanto, entender o processo de oxidação que leva a tal longevidade é extremamente interessante”, reforça.
O grande objetivo do grupo de José Carlos Marques é entender o processo de envelhecimento do Vinho Madeira e perceber porque ele envelhece tanto e tão bem.
“Creio que neste momento nós temos um bom conhecimento de todo o processo e do seu impacto a nível dos aromas. Conhecemos, por exemplo, os marcadores de idade, o impacto da doçura no envelhecimento e principalmente o impacto do aquecimento”, revela.
É com base neste conhecimento que a sua equipa desenvolveu um modelo preditivo capaz de identificar as colheitas que possuem as características essenciais para um bom envelhecimento.
“Neste momento o que queremos fazer é prever como será daqui a vinte anos, um determinado vinho de dez anos. Uma vez que decidir se guardamos este vinho por vinte anos ou se o pomos no mercado pode representar um custo muito elevado caso a decisão seja errada”, explica.
O modelo atual já consegue prever a qualidade do Vinho Madeira até 25 anos, mas José Carlos Marques quer ir ainda mais longe.
“Obviamente quanto mais longe é, mais difícil é, mas estamos num bom caminho e é um aspeto muito interessante”, confessa.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UMa
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