Os asfaltenos são uma família de compostos orgânicos do petróleo bruto. Devido ao seu peso estes compostos podem formar espessas camadas no interior de tubos e válvulas e dificultar a extração de petróleo.
Luís Martins, professor no Departamento de Química e Bioquímica da Universidade de Évora (UÉ) e investigador no Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV/Requimte), está a desenvolver uma solução com base em líquidos iónicos para reduzir o impacto dos asfaltenos no processo de extração de petróleo.
“Em determinadas condições os asfaltenos tendem a precipitar e a formar espessas camadas de sólido em torno da parte interna dos tubos, nas válvulas, e nas uniões. Em situações mais complicadas eles podem impedir o fluxo de petróleo e parar a sua produção, dificultando o seu manuseamento, e criando mais resíduos”, explica.
Neste projeto, Luís Martins está a estudar o uso de líquidos iónicos como aditivos para minimizar a precipitação dos asfaltenos.
Os líquidos iónicos são compostos constituídos por um catião e por um anião, em tudo similares a outros compostos iónicos que usamos no nosso dia-a-dia como o sal de cozinha (cloreto de sódio), o óxido de magnésio, ou o brometo de potássio.
Contudo, ao contrário destes sais, os líquidos iónicos possuem um ponto de fusão muito baixo que faz com que estes sejam líquidos à temperatura ambiente.
Este projeto está a testar como diferentes líquidos iónicos reagem com moléculas de asfalteno. O objetivo é perceber se estes compostos são capazes de minimizar a tendência que o asfalteno tem para se precipitar, e assim reduzir o seu impacto no processo de extração de petróleo.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | UÉ | LAQV