Existe atualmente uma grande desigualdade de acesso entre o litoral e o interior do país.
Filipa Martins, médica interna de psiquiatria e investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e no CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, estuda como são referenciados os pacientes da rede nacional de cuidados continuados em saúde mental.
Este estudo avaliou de que forma é que a rede nacional de cuidados continuados em saúde mental é utilizada tendo em conta o número de referenciações que são feitas para este nível de cuidados, assim como as vagas existentes.
O objetivo foi tentar compreender de que forma é que estas duas variáveis se relacionavam entre si e com a taxa média de ocupação de que cada uma destas estruturas.
A rede nacional de cuidados continuados em saúde mental pretende dar resposta a pessoas com doença mental grave seja ela esquizofrenia, perturbação afetiva bipolar, ou perturbação esquizoafetiva, que pelo decorrer da sua doença têm uma incapacidade psicossocial que pode comprometer a sua funcionalidade e a sua autonomia.
Este tipo de cuidados é feito através de respostas ao nível de estruturas residenciais, de unidades sócio-ocupacionais, e de equipas de apoio domiciliário.
Os resultados deste estudo demonstraram que existe desigualdade de acesso a esta rede de cuidados entre o interior e o litoral do país, e que existe uma preferência pelas estruturas residenciais quando comparadas com as restantes.
As estruturas residenciais apresentam o maior número de referências e uma taxa de ocupação que chegou a atingir quase os 100% durante o período do estudo.
Já as unidades sócio-ocupacionais apresentam uma taxa de ocupação de cerca de 75% enquanto o recurso a equipas de apoio domiciliar apresenta apenas uma taxa de ocupação a rondar os 50%.
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