Celebra-se este mês o vigésimo quinto aniversário da descoberta arqueológica do Menino do Lapedo.
Ana Cristina Araújo, arqueóloga no Laboratório de Arqueociências (LARC) da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), está a estudar a ocupação humana do Abrigo do Lagar Velho, um espaço arqueológico com mais de 29 mil anos.
“Investigo as sociedades de caçadores-recoletores através do estudo dos restos humanos abandonados por essas sociedades. Trabalho sobretudo na tecnologia da pedra, da pedra transformada por necessidade e habilidade do Homem aplicando métodos, instrumentos de análise, e saberes próprios da arqueologia”, conta.
Atualmente, Ana Cristina Araújo está a estudar o Abrigo do Lagar Velho localizado no Vale do Lapedo no distrito de Leiria.
Em 1998 foram descobertos neste abrigo os restos mortais de uma criança de cinco anos de idade que foi lá sepultada há mais de 24 mil anos.
O Abrigo do Lagar Velho é um abrigo em rocha localizado num vale em canhão que apresenta uma longa História de ocupações. A mais antiga data de há 29 mil anos e a mais recente de há 24 mil anos.
Ao longo desse período o abrigo foi ocupado de formas distintas. Serviu como espaço sepulcral, como espaço para o desenvolvimento de atividades especializadas como o tratamento de peles de animais caçados, e como zona de acampamento temporário, onde se desenvolveram diferentes atividades de cariz doméstico e relacionadas com a caça.
O trabalho de investigação levado a cabo neste local permitiu demonstrar que o enterro do Menino do Lapedo teve lugar no decurso de uma estadia do seu grupo no local.
Saiba mais sobre a investigadora em: Google Scholar | DGCP
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