Este projeto está a olhar para os sedimentos com o objetivo de estudar os diferentes usos que as primeiras populações de humanos na Europa davam ao fogo.
Vera Aldeias, investigadora do ICArEHB – Centro de Arqueologia e Evolução Humana na Universidade do Algarve (UAlg) e do Departamento de Evolução Humana do Max Planck Institute na Alemanha, está a desenvolver o projeto FLAME com o intuito de estudar como os humanos e os neandertais usavam o fogo.
Este projeto vai estudar o fogo como uma tecnologia com o intuito de perceber as diferenças e as semelhanças do uso do fogo entre os primeiros Homo sapiens a chegar à Europa, e os neandertais.
Vera Aldeias quer perceber como ambas espécies usavam o fogo, se o faziam da mesma forma, e como esta tecnologia evoluiu ao longo das gerações.
“Estou interessada no uso do fogo que é um tópico quente em arqueologia e em evolução humana porque todos os humanos usamos fogo, quer na Europa, como em África, em todos os países usamos o fogo. A questão é então, quando começámos a usar esse fogo? Quando começámos a controlá-lo, a usar para cozinhar?”, questiona.
Para responder a estas questões o projeto FLAME vai olhar para os sedimentos encontrados em locais arqueológicos.
“O fogo é sobretudo o que nós chamamos um artefacto sedimentar, ou seja, produzimos cinzas, carvões e terra queimada, o que para a arqueologia é um bocadinho difícil de estudar porque a arqueologia tradicionalmente olha mais para os objectos do que para os sedimentos”, revela.
Neste sentido, Vera Aldeias vai estudar os diferentes sedimentos encontrados em locais arqueológicos espalhados pela Europa com o intuito de perceber como estas espécies de hominídeo desenvolveram esta tecnologia, e como o próprio fogo ajudou a moldar o próprio comportamento humano.
Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Researchgate | ICArEHB | EVA
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