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Ep. 1691 Andreia Pereira – Investigação desenvolve sensores para monitorizar vasos sanguíneos sintéticos

January 01, 2024

Estes sensores são capazes de produzir a sua própria energia e não precisam de trocar baterias.


Andreia Pereira, investigadora no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (UP), está a desenvolver sensores para monitorizar o desempenho de vasos sanguíneos sintéticos.

Atualmente, na cirurgia do bypass são colhidos vasos autólogos de outra parte do corpo do paciente e usados para fazer um desvio da circulação sanguínea na área afetada.

Neste laboratório estão a ser desenvolvidos vasos sintéticos que possam ser utilizados como alternativa aos vasos autólogos do próprio paciente na cirurgia do bypass.

O problema é que estes vasos sintéticos podem falhar ao fim de algum tempo, levando a um agravamento do estado de saúde do paciente. Para tal é necessário desenvolver sensores que permitam monitorizar em tempo-real o desempenho destes vasos.

“Pensando numa saúde mais futurística o que seria perfeito era conseguirmos monitorizar quer o desempenho destas próteses vasculares, quer também o desempenho do nosso próprio corpo 24 horas sobre 7 dias. Ou seja, conseguíamos pôr sensores no nosso corpo para monitorizar estes vasos sanguíneos mas que também pudessem ser aplicados a outro tipo de dispositivos médicos”, explica.

O objetivo é que estes sensores sejam capazes de enviar um alerta para o médico quando, por exemplo, for detetada uma falha de 5% no desempenho destes vasos sintéticos. Este alerta permitirá ao clínico agir de forma rápida para substituir estes vasos antes que esta falha faça com que o paciente sofra um segundo enfarte do miocárdio.

Para tal, a equipa de Andreia Pereira está a desenvolver nanogeradores triboelétricos que usam eletricidade estática para produzir energia.

Da mesma forma que quando raspamos um lápis numa camisola de lã é produzida uma pequena descarga elctrica, estes nanogeradores são capazes de produzir eletricidade através do contacto entre dois biomateriais que possam ser inseridos no nosso corpo.

Esta eletricidade estática será depois transformada em energia elétrica para alimentar os sensores que serão associados aos vasos sanguíneos sintéticos, não sendo assim necessário realizar cirurgias para substituir as suas baterias.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | I3S

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