A lúpus é uma doença auto-imune que provoca lesões na pele.
Inês Alves, investigadora no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, está a estudar novas técnicas pouco invasivas para o diagnóstico de lúpus.
“No nosso grupo, liderado pela professora Salomé Pinho, investigamos o papel dos açúcares ou glicanos, na modulação da resposta imunológica em diferentes contextos de doenças. Em particular, o foco da minha investigação baseia-se na compreensão dos mecanismos que levam à perda de tolerância imunológica em doenças auto-imunes como é o caso do lúpus, pois ainda não se compreende a razão pela qual há um ataque a células saudáveis pela parte do sistema imune”, conta.
Em estudos anteriores foi possível observar que os açúcares à superfície das células do rim de doentes com lúpus estão alterados. Em outro estudo, percebeu-se que as células imunológicas, e em particular os linfócitos, são capazes de reconhecer estes açúcares alterados nos doentes com lúpus o que leva a uma produção de citosinas e de moléculas pró-inflamatórias.
Neste momento, Inês Alves e a sua equipa pretendem identificar quais são os anticorpos que são capazes de reconhecer esses açúcares de uma forma sistémica, e se estes podem ser identificados no soro de doentes com lúpus.
Atualmente, o diagnóstico de lúpus é feito através de uma biópsia renal, um procedimento muito invasivo. Se for possível identificar estes anticorpos no soro destes doentes, poderá ser desenvolvida uma técnica de diagnóstico e de prognóstico desta doença usando apenas uma amostra de sangue.
“Em última instância pretendemos trazer uma nova ferramenta de diagnóstico e de prognóstico que permita também melhorar a decisão terapêutica e a qualidade de vida dos doentes”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | i3S
Related Episodes
