Contaminantes como metais pesados, pesticidas e produtos farmacêuticos estão a pôr em causa o equilíbrio dos ecossistemas subterrâneos.
Ana Sofia Reboleira, professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), está a desenvolver o projeto Hidden Risk, uma iniciativa que pretende estudar os impactos das actividades humanas na biodiversidade subterrânea.
“Nós utilizamos sobretudo uma metodologia de estudos fisiológicos e ecotoxicológicos nos quais estudamos a resposta de animais que vivem debaixo de terra, sobretudo em massas de água subterrânea, a diferentes contaminantes e também às variações de temperatura decorrentes das alterações climáticas”, explica.
Com base neste estudo foi possível produzir os primeiros dados de tolerância à salinidade e às subidas de temperatura de organismos em águas subterrâneas. Foi também estudada a resposta destes organismos ao contacto com metais pesados e compostos farmacêuticos.
Os resultados deste estudo indicam que as espécies subterrâneas respondem a contaminantes provenientes da actividade humana de forma diferente das espécies de superfície.
“Precisamos de avaliar o impacto nestas comunidades porque vão ter uma resposta diferente daquelas da superfície. Não podemos continuar a utilizar respostas obtidas através de espécies de superfície para inferir a qualidade dos ecossistemas subterrâneos”, alerta.
O projeto Hidden Risk foi financiado pela fundação dinamarquesa Villum Foundation.
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