A infertilidade de origem desconhecida representa cerca de 30% dos casos de infertilidade masculina.
Sandra Amaral, investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar a infertilidade masculina de origem desconhecia.
Neste estudo está a ser avaliada a capacidade de fertilização do gâmeta, através da análise do acrossoma, um organelo celular localizado na cabeça do espermatozóide. Este organelo produz enzimas que são essenciais para que o espermatozóide penetre no ovócito e inicie o processo de fertilização.
Está também a ser feita uma análise mitocondrial que em estudos anteriores demonstrou estar relacionada com a função do espermatozóide.
Para além disso, está a ser realizada uma análise proteómica que visa estudar a função e as características das proteínas dos espermatozóides com o objetivo de identificar aquelas que estão alteradas no grupo de pacientes com infertilidade de origem desconhecida.
Nesta análise foram identificadas algumas proteínas cuja expressão está alterada neste grupo de pacientes.
Foi já possível verificar que estas proteínas estão relacionadas com o metabolismo do espermatozóide e com a sua capacidade deste iniciar o processo de fertilização, visto estarem associadas ao momento em que o espermatozóide se une à célula reprodutora feminina, o ovócito.
Isto significa que a alteração destas proteínas poderá comprometer o processo de fertilização e impedir que este ocorra.
“Temos que validar estas proteínas e ver mais a fundo qual será a sua relevância para o processo de fertilização em si, de forma a que mais tarde as possamos utilizar como um biomarcador para este pacientes e, eventualmente, melhorar o diagnóstico ou chegar até tratamentos que sejam direcionados especificamente para eles”, explica.
Saiba mais sobre a investigadora em: CNC
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