Este estudo avaliou quais as profissões que estão mais sujeitas à perda de emprego devido às novas tecnologias, e quais as que vão beneficiar destes avanços.
Hugo Castro Silva, professor no Instituto Superior Técnico (IST) e investigador no Centro de Estudos de Gestão (CEGIST), está a estudar como as novas tecnologias vão influenciar o mercado de trabalho.
Esta equipa de investigação pretendeu classificar o impacto da tecnologia de forma binária, posicionado de um lado a tecnologia destrutiva que mais facilmente substitui trabalhadores e as tarefas dessas pessoas, e do outro lado tecnologias transformativas que são aquelas que aumentam e promovem o trabalho das pessoas, tornando-as mais produtivas.
Para identificar quais são as profissões que estão mais ou menos expostas às tecnologias destrutivas, foi usado um modelo cujos parâmetros permitem determinar quais as profissões que estão mais protegidas, e que são categorizadas como Rising Stars, e aquelas que estão em colapso por estarem mais expostas ao lado destrutivo da tecnologia e que não beneficiam de qualquer aspeto transformativo. Estas são as profissões que se prevêem que venham a desaparecer.
Este estudo também olhou para os efeitos que passar por um período de desemprego provocam em trabalhadores de diferentes categorias.
Em todas as categorias passar por um período de desemprego tende a levar a um declínio da profissão e a uma maior dificuldade de acesso ao emprego. Mesmo quem está numa profissão Rising Star, tem mais dificuldade de regressar a essa profissão se passar por um período de desemprego.
Contudo, quem está numa profissão em colapso pode beneficiar de passar por um período de desemprego se este promover a mudança.
“Mas eu não sei se isto está a acontecer, não temos esse detalhe. Uma possível explicação é que estes trabalhadores aproveitam o tempo de desemprego para se requalificarem e quebrarem esse ciclo de estarem em profissões piores”, conta.
A partir deste trabalho será possível definir quais os tipos de requalificação necessários para proteger as pessoas mais afetadas pelas profissões em colapso.
Este projeto foi financiado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
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