Estes animais estão concentrados nas zonas com maior densidade populacional, como o litoral norte e centro, Lisboa e Vale do Tejo, e no Algarve.
Victor Bandeira, biólogo no CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), participou no censo nacional de animais errantes. Foram identificados cerca de 100 mil cães e de 830 mil gatos errantes em Portugal continental.
O censo nacional de animais errantes foi um pedido explícito à universidade de Aveiro feito pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Este estudo teve como intuito perceber qual o número de animais abandonados e errantes em Portugal continental. São considerados animais errantes cães e gatos que estejam abandonados, que nasçam em meio natural, e que não tenham um tutor, mas também animais que têm tutor mas que passam a maior parte do tempo fora da propriedade onde este reside.
Os animais errantes têm impacto na saúde pública mas também na perda de biodiversidade. Por exemplo, os gatos capturam muitas presas que trazem como troféu para casa e que acabam por nem sequer consumir, depositando-os à porta dos tutores. Este comportamento tem um impacto forte na biodiversidade de aves, roedores, répteis, e anfíbios.
Os resultados deste estudo demonstraram que o número de animais errantes ascendeu a mais de 830 mil gatos e de 101 mil cães. Isto significa que temos perto de um milhão de animais abandonados em Portugal.
As regiões mais afetadas e que apresentam um maior número de animais correspondem às regiões com maior densidade populacional. Para além do litoral, existe em particular uma incidência muito grande de animais errantes no Algarve.
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