O Barrocal é a zona em Portugal com a maior densidade de grutas.
Ana Sofia Reboleira, professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigadora no CE3C – Centro de Ecologia, Evolução, e Alterações Ambientais, está a estudar os ecossistemas subterrâneos das grutas do Barrocal, no Algarve.
Os ecossistemas subterrâneos são caracterizados pela total ausência de luz, por temperaturas estáveis, e por níveis de humidade muito elevados e próximos da saturação.
Estas características fazem dos ecossistemas subterrâneos ecossistemas limitados do ponto de vista dos nutrientes. Ou seja, há muito pouco alimento debaixo de terra comparado com aquele que existe à superfície na maioria das regiões do globo.
No contexto desta investigação as grutas são os espaços que permitem aos investigadores ter acesso ao meio subterrâneo pois são sítios onde cabem seres humanos.
No entanto, o habitat das espécies subterrâneas é muito mais extenso, compreendendo toda uma rede tridimensional de fissuras e de pequenos espaços interconectados no escuro.
“Nós temos apenas acesso a pequenas janelas para observação destes ecossistemas que são as grutas”, reforça.
Isto significa que os animais que habitam estes ecossistemas são muito raros, muitas vezes ocorrendo apenas numa gruta específica, o que os torna muito vulneráveis.
Estes animais são de dimensões muito reduzidas e difíceis de encontrar.
A equipa de Ana Sofia Reboleira encontra-se atualmente a estudar o sistema de grutas da zona do Barrocal. Em algumas destas grutas os níveis de dióxido de carbono são muito elevados e os valores de oxigénio são tão baixos que se aproximam da morte cerebral.
Para tal, os investigadores precisam de transportar equipamento de respiração autónoma para proceder aos trabalhos subterrâneos em condições muito adversas.
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