Os floculantes biológicos vão agregar os microplásticos para que estes sejam removidos.
Solange Magalhães, aluna de doutoramento no CERES – Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade da Universidade de Coimbra (UC), está a desenvolver uma técnica para remover microplásticos de águas residuais usando floculantes biológicos.
“Este projeto foi inicialmente uma ideia da professora Maria da Graça Rasteiro que se apercebeu que um dos grandes flagelos que temos hoje em dia é a contaminação dos nossos efluentes por microplásticos. Com este intuito, propôs-me o meu doutoramento que consiste no desenvolvimento de biofloculantes para a remoção dos microplásticos do efluentes”, conta.
Os biofloculantes, ou floculantes biológicos, são uma substância que permite agregar partículas em suspensão num líquido e formar agregados ou flóculos que podem ser mais facilmente removidos.
No seu doutoramento, Solange Magalhães está a usar celulose extraída da acácia para produzir estes biofloculantes. A acácia é uma espécie invasora em Portugal, logo a utilização da sua celulose para este efeito não só promove a remoção desta planta, como também permite integrar os seus resíduos num sistema de economia circular.
A celulose da acácia é depois sintetizada com cargas positivas e com alguns grupos hidrofóbicos extraídos de resíduos de óleo de cozinha.
Esta combinação de elementos produz um efeito eletrostático que interage com a carga negativa na superfície dos microplásticos. Isto permite agregar os microplásticos que existem num efluente em partículas maiores que podem ser mais facilmente removidas.
Aumentando o tamanho de partícula do microplástico este pode depositar-se no fundo do tanque por ação da gravidade, ou coalescer e ficar como sobrenadante.
Estas partículas serão depois removidas pelos filtros que são já usados no tratamento de efluentes em estações de tratamento de águas residuais.
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